quarta-feira, 10 de outubro de 2018

Eles não sabem

Por traz de cada rastro existem pequenas histórias. Talvez as histórias pequenas não sejam assim tão pequenas. Talvez não sejam apenas histórias. Registros.
Acaba-se em cada manha as gotas do orvalho e dá lugar aos mais desacreditados raios, e isso porque a finitude da escuridão é passageira. É poço do qual a água não chega a borda. É poço pelo qual cada ser busca. E talvez nem tenha mais, nem gotas e nem orvalho. Talvez não seja orvalho.
O ambiente não quer ser mais vermelho. Deixa a cor, e pede o sangue.
Não temos do mais fundamentado mínimas razões
Percebemos que o que foi muito caro pode ser jogado fora como se nada fosse.
Temos sede de revolta de revoltados que nos tornamos.
Esquecemos do ontem, e condenamos condutas que antes eram as nossas práticas.
Já percebemos que muitos se arrependeram de ter usados suas panelas, sejam por estar cheia, seja pra emitir barulho.
Na beira do abismo o silêncio se torna ensurdecedor e muitos fogem ao debate por desacreditar na construção de conhecimento com tamanha onda de ignorância, já outros utilizam seus dizerem como se fosse a mais absoluta verdade, não querem o falaciar saudável. Preferem o algoz, ainda que em diálogo. 
Queimamos os livros. Talvez não tenhamos lido com a devida atenção
Vemos o mórbido ignorante sonhar com o dia que os ignorantes serão extintos.
Vemos o que foi censurado em seu lar, pedir para o outro a censura
Vemos também o ferido pedir um novo corte. Ou novos cortes.
Percebemos que o gigante acordado tinha mais sono do que aparentava.
Talvez não pudêssemos ter nos recolhido por tanto tempo.
Talvez tenhamos faltado à algumas aulas. Talvez tenhamos dormido sobre nossas mesas...
Tradicionais extremistas que defendem "suas famílias" tradicionais e também suas amantes.
Jovens revoltados que buscam o direito de apanharem e de não poderem contestar.
Pessoas que solicitam o direito de não poderem escolher. 
Ouvimos e nossos ouvidos derramam sangue
Vemos e nossos olhos pedem para não enxergar.
Percebemos que por uma vida, ainda que curta, estivemos rodeados por pessoas que odeiam suas próprias condutas, mas que ainda assim delas não se livram.
Sem espaço para generalizações, percebemos a "anti-feminismo" que quer continuar votando.
Convivemos com os desgostantes do trabalho que defenderia a tipificação da vadiagem
Conhecemos o obtentor de meios ilícitos e da fraude que acaba solicitando sua própria execução. 
Deixamos de lado o pouco, e brigamos pelo nosso nada.
Parece que o ter razão se tornou mais importante do que ter a paz. 
Pede-se sangue, esquecendo que muito já foi derramado.
Pede-se a luta como se nunca antes esta tivesse havido.
Clama-se pelo sistema sem conhece-lo e a ignorância faz de seus defensores suas próprias vítimas.
Nos vemos obrigados entre escolher entre o incerto e o pavor.

Derramaremos nossas lágrimas, outros derramaram sangue. Eles querem sangue...

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sexta-feira, 1 de junho de 2018

Penumbras


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Cabeça que dói e palavras que sondam
é pedaço de caminho largado
é desgaste que se finda de insistente
é equívoco e também ilusão
Amonta-se e se deixa amontoado
não seca as folhas mas as queimam ainda verdes
enquanto pesados estão seus olhos
reflete o detalhe mais pequeno, e cresce.
Cresce por que acredita
e decresce na medida que desacredita
Faz da dúvida melhor anseio
Vê na dúvida maior tormento
Já não tem álcool sobre a prateleira
E se teve talvez tenha nele ateado consumação
Consumiu pequenos pedaços
Consumiu grandes imperfeições
Consumiu-se em meu à inchação
Inchou-se de contente
Inchou-se de descontente
Fez seu revés
Cabeça que dói é coração que inflama
É anúncio de passagem que chega
E por meio de cada palavra não dita a gastura
Por meio de cada gesto desfeito a penumbra
Por meio de cada interpretação não feita novas ininterpretações
Se cobre de nada e de nada se satisfaz
E mais uma vez o fosco por assim ser ofusca
e angustiante o pouco de mundo
de desfaz, se quebra, se deixa ir
Não se segura por nada uma vida
Não se vive nada por ninguém
E não se prova
Cabeça que dói é imaginário que sente
É conexão pelo que devia ser desconectado
E desligamento pelo que nunca deva ter sido ligado
É desleixo, ou talvez excesso de cuidado
É por muito querer cuidar, ser talvez um pouco deixado
Tentando alegrar se fazendo obscuro
Tentando ser gente abafando o barulho
E solucionando sem nada solucionar
E postergando, deixando se postergar.

terça-feira, 29 de maio de 2018

Tapetes cheios de pó


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Estão ditando tudo, tudo estão ditando
E os velhos costumes são tidos como novos chegam
Está cheio de ódio na pista
Faz a prece e ainda resiste
Corre e ainda assim caminha devagar
Tropeça, se esquece e recomeça
Se olha pra traz só vê penumbra
Se faz penumbra, escolhe penumbra
A memória anda fraca, mas isso não é de hoje
não torcemos os nossos sorrisos a toa
não perdemos o nosso riso por causa de vintém
Não lembramos tampouco da discórdia
Apagamos história, e reescrevemos história
Talvez pensemos que chegamos ao progresso
De certo, estamos preso na mesmo antigo regresso
Há falsa prespectiva do real
Há falsa realidade, comportam-se balas
Espalha-se soluçoes tão mágicas
Esperamos palavras tão belas
Sonhamos com promessas tão quietas
Somos, estamos e permanecemos quietos.
Desespero por ver o mais fraco
Desespero por se tornar do mais fraco
Notamos e noto logo, o caso...
Nota-se o descaso, corrompe o provável
Joga-se fora por vários instantes, a todo instante?
Não traz, e trazemos nada de novo
não há nada tão diferente
não conhecemos nada que seja cem por cento inusitado
E nada mais nos emociona...
Não é a morte que nos deixam amedrontados
Nem tampouco a fome que nos deixam esfomeados
Não é a guerra que nos faz pensar no amanha, nem no ontem
Passamos por meio de vários espinhos
Colhemos espinhos, e fomos
O que nos arrepia é a incerteza?
Ou seria certeza?
Estamos, nós, preparados para enfrentar os nossos achismos?
Somos tomados por perguntas descomunais.
E ainda há espectro de busca pelo eu?
Ainda há, ainda que um pouco de esperteza no ser enquanto tomado de humanidade?
Ou nos tornamos torpes? Ou sempre fomos? Fomos?
Vemos história, repetimos fatos
Repetimos episódios de uma mesma revolução...
Talvez nunca tenhamos saído dela
Talvez o corrupto amadureceu e se multiplicou
Talvez o que foi jogado debaixo do tapete ali não caiba mais
A sujeira está mesmo tão grande ou ela sempre foi imensa?
Somos partes? Se somos que nos limpemos
Somos motivo? Se somos que dessa responsabilidade nos livremos
E somos libertários? Se não somos, que um dia [hoje] nos tornemos.
Mas que haja sempre a crítica
Mas que sejamos também consciência
E que da nossa tornemos amigos
Ou pelo menos, um tanto quanto conhecidos.
Bons conhecidos, da mente e do sentir
Da mente, do sentir e do agir.



domingo, 27 de maio de 2018

Está pegando fogo no Brasil

Está pegando fogo no Brasil
Estão falando que o sonho foi destruído
Estão dizendo que o progresso não pode ser estabelecido
Vão aumentando as trovoadas em meio ao tempo seco
E aos berros vão aumentando e mantendo a discórdia
Já se percebe que o sonho foi por demais arregaçado
E se preta ao mais confuso. E se curva ao mais desonesto.

Está pegando fogo no Brasil
E estamos cegos, e estamos mudos
Aquele que nos persegue denominado de "meu rei"
Aquele que nos joga terra, contaminado , nos contamina
E sem cerimônia nos diz: - Obedece, dar-te-ei seu paraíso
Obedece: tornar-te-ei seu próprio algoz
Obedece: Lhe mostrarei o quão errado és tu.

Está pegando fogo no Brasil
E nós estamos inflamando
E não há líquido que nos traga o desafogamento
Caímos ao chão, levantamos e de novo somos derrubados
Mas aos poucos nos reerguemos
Não podemos nos calar perante aquele que nos derruba
Não deixemos de lutar perante aquele que nem ao menos se escuta.

Está pegando fogo no Brasil
E as vias ainda estão cheias
Os mais modestos não se calam perante os de bonitas palavras
Não aguenta, e o o desaforo lhe sai do peito.
E ainda que inflamados pelas premissas do patronado se ergue e vai a luta
Faz do seus motivos causa, e que justa causa.
Traz e leva consigo um pouco de sua esperança

Está pegando fogo no Brasil
E cá estamos nós com nosso corações inflamados
Ainda que quietos, ainda que indecisos
Observamos e tentamos enxergar um pouco de razão
E ainda que na penumbra, sabemos que a indignação nos mata
Nos leva pro meio da balbúrdia, e no meio dela nos faz por localizar
Está bagunçado? Está... Mas parecemos não ter outra opção.

Está pegando fogo no Brasil
e desta vez as panelas estão em silêncio
Estão em silêncio e tendem a ficar vazias
Ouvimos o estridente som das buzinas
Não entendemos porém se pode haver certeza
Nos estilhaços nos tomamos de incompreensão
E vemos nas faces uns dos outros o medo.

Está pegando fogo no Brasil
e o Tinhoso ainda permanece inerte
Enquanto a população sofre
Passa também a acreditar na existência de vampiros
E nas telas mais amplas, enxergam os sorrisos mais falsos
A dureza querer ser sempre certo, e de não admitir o plano falho
De vaidade se perde, e leva junto o país...

Que às pressas possa ser a combustão contida
Que por mais rápido possa o coração ser entendido
Que possamos ter um pouco de humanidade
Que possamos ver o sonho ser reconstruído
Que por menos, não seja perdido o pouco de democracia que foi conquistada.
Que se inflame, mas não de destruição
Que se inflame de certeza da ponderada paz.
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domingo, 20 de maio de 2018

Complexo alterado de uma noite de temperaturas baixas


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Peguei o pedaço do pedaço
E desci sem rumo as escadas
Não vi o que tinha que ser visto
Não quis ouvir nem do doce nem do ácido
Crescemos por meio dos grandes e suntuosos rojões
E vemos a continência para seres de pouca história
Assistimos espetáculos que eram aplaudidos por meia dúzia
Percebemos que escondidos haviam bem mais insatisfeitos
Uma pessoa de meia idade que se esconde atrás de um cifrão
O mais improvável delinquente, que por conseguinte delinque
Os mais costumeiros em quietude, borbulham e se aquietam
As mais leves palavras se tornam pois, ferramentas
Mas os que falam, por muitas vezes são acusados de anarquistas
Mas os que sentem sede, por muitas vezes são percebidos por incomodantes
Mas os que mordem os lábios, gotejam esperança
Os que aludem o improvável, ainda que silenciosos
Os que acreditam que não somos peças mortas
Os que não aceitam que a migalha conduz ao circo
Os que por serem gente, se demonstram de descontente
Os que não se importam com a primazia
Que não conhecem o sentido do se calar
Que não vivem pelo dito que não foi dito
Que não faz da utopia objetivos, mas que tenta a todo instante mostrar a relidade
É o menino que corre no meio das ruas
E o menino que traz no largo sorriso a inocência
É o jovem que carrega consigo o sufoco
É o se sentir pequeno ainda que grande
É o adulto que não entende que pode entender
É o adulto que não percebe aquilo que deve perceber
São os sonhos que não são sonhos
São os traços de verdade que se fazem realidade
E são os pequenos gestos que nos fazem mais do meros guerrilheiros
É o acreditar que ainda existam pessoas que são mais do que indiferentes
É o acreditar que ainda há mudança, e que a mudança não é parte. É sentido
Que a mudança é necessidade
É perplexo do que foi simples, e é simples pelo que já foi complexo
É vontade de se tornar próximo de si
É estrutura, e reconhecimento, é vida
É calar-se , e ainda assim emitir indignação
Tornar-se velho, por pensar. Conseguindo, pois, se encontrar.
Não se juntando aos ratos, não dissipa a doença
Não se reconhecendo rato, não justifica a desgraça
Não vê graça, não pensa pelo que já foi motivo
Não torce pelo que ainda é pretensamente falho
Não atira naquele que se mostra rei
Não faz do homem o Divino
Não corre do Divino ao homem
Se cresce, ativo se torna por ser paz
Se torna a paz em si, leva no peito a fagulha
É esperança viva, é acreditar no amanhã
E deixar de lado as lágrimas, é ver o riso
Contemplando o erro do ser mais baixo
Contemplando o grau mais mínimo de sabedoria
Se tornando pouco em pouco um traço
Traço que se torna mais do que apenas algumas palavras soltas
E que se entorna e faz limites
E que separa os que estão juntos pelas linhas imaginárias
E criam essas linhas, e as trazem para a realidade
E o velho que nem é tão velho se desmotiva
Não vê esperança naquele cidadão de bem
Apenas percebe, e se percebe se cala
Se acomoda, e talvez espere não mais que o último Adeus
E por se fartar de si, não se empondera
Não luta, e se luta é apenas pelo que se tornou
Coleciona relógios de ouro, mas não sabe discernir o tempo
O mundo está cheio de tolos
Os tolos ganharam para si, um mundo
Fizeram do planeta uma casa
E jogaram lixo no ideário
E fizeram do ideário pouco em nada
E contaram o que contam para os seus netos por vergonha de não se levantarem
De vergonha de se indignar, por medo de ser não mais que uma falha
Mas ainda assim sorriem, e vêm os truculentos poderosos se fartar da carne
Talvez peguem as migalhas, talvez nem isso
Decerto, nem isso.


sexta-feira, 11 de maio de 2018

Vinte e Cinco

Do que vejo?
Vejo a estrada e vejo os portes
Talvez para muitos o nada represente tudo
Talvez não seja  própria do homem a certeza.
E não é a própria certeza inerente ao ser
Que corres por entre os dedos, a vida
Que passas por meio dos ponteiros, o tempo
Que traz do pequeno percurso, experiência
Que se vê, e percebe que não há o ontem
Pelo ontem que se viu os tropeços
Pelos tropeços que fortificaram os joelhos
Que deram base, e foram base.
É pelo pouco que por hora é muito
E pelas fases do mais puro sentir
Por poucas etapas que talvez tenham sido sonhadas
Por sonhos que talvez nem tenhamos cogitado por reais
É pela realidade que nem sabemos se existe
Existência que nem sabemos se nos conforta
São traços de saudades da infância,
ainda que à pouco tenha sido o objeto da despedida
Ou talvez seja alívio, por ter-se dela dito Adeus
Enxergando que não há sabedoria morta
Que não vinga, aprende, e se desprende
Que a escuta faz ir adiante
Que a ignorância tem vários sentidos
Que o sentir tem várias nuances
Que a vida trás surpresas, e por conseguinte, surpreende
Inesperado nem sempre o é,
por vezes é mais o desacreditado
por vezes é por ter sido considerado estranho
ou subversivo... Talvez por permitirmos ser o ser que somos
Traz dos riscos na parede desejos
Faz das caixas de papelão prateleiras
Das brincadeiras de criança, profissão
Faz do querer, o fato
E da quietude física, fervura de pensamentos
Do medo do escuro, desafio
Do mal estar, em estar em meio aos outros faz teimosia
Dos olhares tortos, motivação
Da falta de vontade, ainda mais vontade
Da crítica, faz o homem
Das implicâncias da infância, sonho
Do ambiente que era pra ser o de maior repulsa, objetivo
Da falta de incentivo, enxergar os poucos e agradece-los
Do desacreditado, pensar que há sim a parcela do possível
Do indignar-se perante o injusto
E se policiar a todo instante para assim não se tornar parte da mesma farinha
E é por pensar demais que acabamos conhecendo... e nos conhecendo
E por questionar demais que vemos a possibilidade da evolução
É por brincar com as palavras que percebemos o quão passageira é a vida
Lá se foram vinte e cinco.
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quinta-feira, 26 de abril de 2018

Próximo


Imagem relacionadaFaz da fraqueza seu ponto de apoio 
Inventa a história do perfeito, a ilusão
Cresce, pois, por dentro e nasce
E simplifique-se, e deixe.
Esvazie a cabeça, limpe.
Respire, e não se mova
Esquece o quente, abrace a si 
Não veja, nem tenha o que ver
Preencha-se daquilo que te faz bem
Não se desespere, e pare
Se permita, não insista. Insista ou não desista
Sinta e tome paz
Corre em meio do nada,
Voe, e volte se necessário for.
Não percebemos que as páginas não estão de todo escritas
E que ainda há espaços para novas frases.
Novas fases, e novo viver
Diminui-se pelo mais improvável
E se consterna pelo menor aforismo
E por procurar o complicado, deixamos de lado o simples
E vemos, ou percebemos. Percebemos?
Pecamos pelo excesso de defesa
E pela defesa nos tornamos frágeis
Foge do abismo,  e cai em si
Por medo da incerteza tropeça
Sê humano, e lê seu íntimo
Sê desumano e contrarie, e sinta.
Sê simples no complexo, e sinta
Seja a dúvida, e viva o pensamento
A morte do caos, é o fim do sentido
E se as rodas travam, desliza pelo caminho, mas vá.
E se a parada for necessária, que não haja hesito
E que se assim o for, que seja breve
E que na partida haja contentamento
E que na vida seja contentamento
E que na despedida levemos a nossa paz
Que exista a nossa paz... Que o sonho seja a não razão
E que não exista a razão
Que não exista a razão
Que não sejamos a razão

sexta-feira, 13 de abril de 2018

Espinhos maduros

Eu não posso dizer mais nada
E nós não podemos firmar em mais nada
O cabide que é usado pra guardar o inconveniente
é aquilo que pode ter sido considerado gasto, que ainda é gasto
E o que pensamos a respeito do tempo não é mais do que ilusão
Preenche-se do nostálgico a agonia
E se desprende do sentido de estar em verdadeira paz
Pelo que não sente de si , se coloca em auto desprezo
E se desmonta por descobrir que não enxerga mais sentido
O caminho que um dia trilhou, talvez agora não guarde nem pegadas
Talvez por hora esteja tomado pela mais tenebroso matagal
E pelo mais sórdidos do pensamentos talvez se esvaia, se perde
Não traz com seus planos a possibilidade do sonhado
Não vive com sua realidade o que acredita ser o certo
E assim não se vive, não evolui. Se sabota.
Talvez precisemos cortas as raízes e sermos um pouco mais grosseiros
Talvez precisemos tomar as rédeas e conduzir, e nos conduzir
Talvez o caminho não esteja totalmente tomado
Talvez consigamos enxergar, ainda que apagadas, algumas pegadas
E se abrimos nossos olhos veremos que o amanhã é uma expectativa
E que o depois nem sempre se concretiza
Nem sempre o plano é plano
Muitas vezes nem bom seria se fosse
Traria um amaranhado lógico de etapas, que chato...
Traria a sensação de esperar o nada, que chato...
Faria com que não conhecêssemos nossas capacidades de lidar com o inesperado
E por demais viver de planos, não viveríamos
Não vivemos, não somos, não cremos... Podemos
Por medo dos espinhos, não entramos no caminho
Por medo dos espinhos nos colocamos na inércia
Os espinhos crescem, secam e caem...
Nascem novos espinhos ou as feridas das tentativas é que não foram cicatrizadas?
Nascem novos espinhos e as feridas das tentativas não foram cicatrizadas.
Nascem novos espinhos! As feridas das tentativas não foram cicatrizadas.
Não por demais descobriremos sempre novos espinhos
E também aprenderemos a conviver com os que nos tornaram parte.
Não digo que seria possível fazer deles uma fortaleza
Mas talvez possamos aprender com eles...
Da ineficiência de evitá-los... pois por evita-los esperamos seu amadurecimento.
E sofremos pois, o seus efeitos.... 
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sexta-feira, 6 de abril de 2018

04 de Abril

E no meio do nada tinha um pequeno pote
E no meio do pote um viés de esperança
Corre pela rua livre e solto o mais temido
E trás consigo o medo de perder-se de si
E aquele que é "afronta" é aquele que bate de frente
E desmonta, se desmonta e não consente
Perde-se em meio a multidão, mas ainda assim não desacredita
Ergue a sua bandeira em meio a honraria
Completa-se e enxerga no desespero breve função do sorriso.
Conclui então que não há conclusão
Que não existem meios de abdicar de suas certezas
E volta pelo que sempre acreditou
Não percebe pois que o mesquinho tornou-se agora costume
E que nas ruas não conseguimos mais alegar pela razão
A ignorância virou medalha
Ostentada em todo instante
A ofensa virou bom dia
Que se houve de minuto em minuto
O que justifica não é o argumento,m mas a contra razão
O que se explica não é o que foi fundando, mas o que maqueado
Defende-se os mesmos pragmatismos
E esquece-se que conhecimento é construção, e é também vida.
E ainda existe vida?
E o que ela o é?
Temos ainda uma constituição ou ela está sendo borrada?
É sangue nos olhos que impede a visualização de um futuro talvez sem volta.
Talvez seja essa a intenção, o desembrulho.... e o embrulhar de estômagos.
Talvez o que representa é a cegueira....
Mas o sangue já foi derramado
E os papéis a esta hora já se encontram na fogueira
Assim como muitos bruxos que já foram queimados injustamente
Enquanto outros, verdadeiramente de colarinho ainda lá se encontrar
Reversos de si, e cheios do deboche
Se criam e são mantidos
Vêm no povo ração
Ração que incha e dão saciedade à  sua fome
Enquanto muitos aplaudem
O circo continua fazendo história, e desfazendo história.
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terça-feira, 27 de março de 2018

É tempo de ver lá fora, é tempo de olhar para dentro

Tem cores no meio das ruas 
E no meio das ruas temos ilusão 
Por meio de felicidade forjada
Nós vamos, voltamos e nos encontramos
Vemos fantasias de todos os modos
E máscaras caem a todo o momento
A chacota vira brincadeira
E a brincadeira coisa séria se torna
Esquecem-se os meses de conversa sincera
Estraga o vício, corrompe e prepondera 
E se culpa por ser do povo e estar no povo 
Traz do insano o mero gozo
E esconde aos risos o inexorável
Não faz mais do que lhe é premissa
E se respira, nem sabe se é ar
E se por pouco não se desespera, se desespera
A ansiedade que desfaz o mais calmo
E a ânsia lhe perfaz a inércia
Fúria que desdenha o mais doce
É prejuízo que corre e decorre
É tudo e também o nada
E o nada se transforma em busca
São as cores do meio da rua
São os gritos de revolução
Pinta o céu com a tinta cor de sangue
Não se cala o que foi apedrejado
Não se cale o que percebe que da falsa paz vem o desastre
Percebe, levante-se e lute
Lute, cresça e tenha vida
O que é o poder?
Quem o detém?
Quem o constitui?
Quem o mantém?
Indigne-se, e mantenha-se sóbrio
Indigne-se, retira-se e retira-o
Traga consigo a verdade
Leve consigo a invenção concreta
A intervenção modesta
O pequeno ato, virtude se torna
Dissipe-se, e dissipe seu pensamento
E se recolha se necessário.
Só não deixe que as cores malfazejas tomem conta
Só não deixe que seus pares de convicção te tomem a existência
Só não coloque preço que possa ser pago pelo inconveniente  
Só não venda e não se venda
Insiste no que vale a pena
E descubra que no fundo da cor tem mais cor
E no fundo da paz tem mais paz

Mas no fundo do pútrido há também mais perdição.  

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segunda-feira, 12 de março de 2018

Filtros

Tece o ninho, o passarinho
De relance ainda quieto
Se faz planos, já não voa
E se voa se sente eivado.

Não vê o que foi pacífico
Nem tampouco o conturbado
Pensa em tudo, pensa em nada
Absorve, se resolve... continua pois, parado.

Já não se presta à preocupação
Se ilude com facilidade
Trava-se e se corroê
Vê ao longe o que amortiza

E se corre, ou melhor se voa
Lá se vem o velho melro
e se aconchega em seu ninho
Aproveita e se deleita.

E se alimenta o tico-tico
E um pouco que se demora
Sorrateiro o que usurpa deixa ali seus belos ovos
E bem mais do que depressa, vai se embora... vai se embora

E de inocente o tico tico que antes tinha menos ovinhos
Já se assusta com a quantidade do que agora é inconveniente
Mas por confuso que se torna, deixa lá os seus e os do outro
Já não se lembra do que não lhe pertence

Mas com o passar dos dias, o do outro se torna seu
Assim como os seus os é
Os choca, deles cuida,
Já não pode ver diferença, já pode, já não quer

Mas os dias lá se passam
E se passam bem depressa
Já se esquece o tico o tico que algum é adotivo
Adotivo que é filho teu... só teu..

E no momento que tanto espera
E no momento tão demorado
Já se nasce seus filhotes
Já se nasce os agregados

E como todos são agora seus
bem deles os cuida, sem distinção
São iguais, talvez nem tanto
Mas ainda assim são seus

Pode ser que nos dias que venham a se passar, tudo não seja tão bonito
O traiçoeiro lhe remonta
E o que um dia não lhe pertenceu tira-lhe o sossego
Seu alimento, é só seu... Ele prepondera sobre os demais

Deixam pois os mais frágeis por fome não resistirem
Ali se acabam seus sonhos
Ali se vão suas espectativas
Pobre do tico tico, vê os seus irem se embora

Vê os que ali foram deixados, tomarem forma
Vê os seus serem acabados
Vê seu tudo se transformar em nada
Vê se o alheio preponderar em seu tempo.

Quando não vigiamos o nosso ninho
E o ninho de nossas iddeias
Vêm o "melro", ele vêm basta que abaixemos a defesa
As vezes sem demora, as vezes se lastra

Ele vem como o aquele que nos dá um conselho
Como aquele que aos poucos nos fazem pensarmos estar errados
Ele trabalha de modo insistente, silencioso....
As vezes como quem não quer nada

Ele nos dá ideias que não são nossas
Infiltra negações que não nos pertencem
Substituem as nossas vivências
E nos dá novas querelas

Cresce em nos angustia por não diferenciarmos em certo momento
o que é que nos pensamos, e o que é que nos foi dito
O que pertence ao nosso ninho?
O que nele foi deixado?

O que nos corroí? São os nosso pensamentos?
São os pensamentos agregados?
Já não sei, já não se sabe...
Se misturam e são por nós mesmos prorrogados.

É preciso que vigiemos nosso ninho
é preciso que o melro da mente seja afastado
é preciso que tenhamos filtros
Filtros que nos permita ser um pouco menos afetado.

Pois nem sempre o que nos prejudica foi por nos plantado
Mas talvez tenhamos o recebido
Talvez tenhamos dado a ele força
Tenhamos dado alimento...

Prejudica e nos prejudica o sentimento em nos plantado
O pensamento que absorvemos como nosso
A negatividade deixado por outros
Mas ainda assim, por nós aceitado.
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quinta-feira, 8 de março de 2018

Cor de rosas

Existem e sempre existirão degraus que todos os dias são e serão colocados à prova
Existirão fases que serão feitas para que da motivação surja mais do que a comoção
Vista-se com seu melhor vestido, se assim for de sua vontade
Experimente o modelo que mais lhe agrada e sejas feliz
Que tenhas forças, e também vontade
Que sejas todo e que seja tudo
Intensifique-se e voe em liberdade !

Se um dia foram chamadas de bruxas, hoje gargalhe
Olhe para o passado e agradeça às suas Deusas
As que sofreram e não temeram a própria morte
As que choraram ao serem privadas de serem cheias de si
As que foram menorizadas por se vestirem por fora de um padrão
E as que reafirmaram que o padrão é ser feliz.
As que correram por dentre olhares promíscuos
E jogaram fora todas as alianças

Lembre-se ainda das que foram julgadas e espancadas por dizerem um não
E das que cresceram aprendendo que o normal era não ter opinião
Que seu choro era fraqueza, que seu sonhos eram besteiras
Que seu prazer era satisfazer
E que satisfação era obrigação
As que recuaram em se defender, e cravaram em suas almas dor
As que se calaram mediante a bofetada, e as eternizaram...
As que foram chamadas de incapazes, e choraram em silêncio

As que esperaram um príncipe encantado, e se casaram com os ogros
As que se recusaram a acreditar no príncipe e foram enxotadas da sociedade
As que pela coragem quebraram tabus e foram em frente
As que por medo ficaram inertes, e sofreram... e sofrem
E as que foram trancafiadas, em suas casas... Verdadeira prisão.

Coragem das que sorriam para mantes as aparências
E das que acordavam se lamentando por tudo não ser um pesadelo
Coragem das que aprendiam a ser mães com suas mães que aprenderam com suas avós
Coragem das que não viviam por si, mas pelo outrO.
A que foi condenada por dizer: Eu gosto disso
A que foi massacrada por sentir-se bem quando só.
A que foi enganada e chamada de vadia
A que foi escondida por ser considerada perturbadora
A que negou ser objeto de um sistema.

Hoje os dias são claros, um pouco mais... Nem tanto
Ainda sofrem por não poderem andar nas ruas sem se preocupar com os olhares
E ainda são condenadas por reclamarem quando são incomodadas
E quando se unem escutam que o mundo está ficando chato
Que quando começam a ver um raio de esperança, precisam ter ainda mais coragem
Que se decepcionam quando ascende no gosto popular a materialização da misoginia

Não são bodas de comemoração por um dia cor de rosa
Não são festejos em nome da Dona da delicadeza
O dia que era para ser de alegria, tornar-se-á de reflexão
De culto as que foram consideradas hereges por não concordarem em ser menos do que eram, são e serão.
É dia de dizer: Eu não me calo!
É dia de dizer: Eu não sou propriedade!
E isso não é matéria para uma dia. E oração para uma vida.

Feliz tempo de ser mulher!



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terça-feira, 13 de fevereiro de 2018

Uma tal felicidade...

E não se pode entender os símbolos se não existe disposição para destrinchar os sinais que nos são colocados em cada instante de nossa existência. No despertar de cada manha, ao abrirmos vagarosamente nossos olhos, temos pois, uma nova oportunidade de seguir em frente.
Por meio de exigências internas e externas lapidamos o que temos como estágio bruto de nós e por vezes deixamos transparecer um pouco do que temos por verdade de nós mesmos. 
Verdades portanto são colocadas a prova, seja tal de sentimentos ou mesmo de estar perante os demais. Tentamos compreender o alvo pelo qual lutamos,  para tal, nos vemos obrigados a traçar um caminho. Caminho este, que não consegue ser um símbolo perfeito do que deverá ser alcançado. O caminho nos faz tentar, as tentativas tornam-se possibilidade de encontrar algum sentido.
O que se traz de cada dificuldade pode ser também justificativa do júbilo, como se este para ser o que é e o que representa precisasse de uma justificativa. O individual, mutável, único ou ate compartilhado sentido de felicidade nos cerca, mas não nos pode prender. É e pode ser o simples de cada momento, reflete também do complicado, planejado, pensado por dias, meses ou até anos. 
Não parece possível traduzir em termos o que se tem da palavra felicidade, talvez nem seja preciso ou necessário. Arrisco-me a dizer ou opinar que a felicidade é em primeiro lugar o auto se entender. É estar diante das águas, e conhece-las pela claridade. É ver a transparência e possibilitar a percepção dos filtros.
Não se deve prender o homem pelo que o outro dele pensa,  pois aquele também se prende pelo que internaliza de si. Assim enlouquecemos pelas visões conturbadas, vexamos pelas palavras ditar e não ditas, pela ação e pela inação. 
Não enlouquece a pessoa por procurar o que é felicidade do dia para a noite. Não se enlouquece de um minuto para outro pelos conflitos. Se esquiva dos problemas, perde pois a razão. Se vive em função deles o efeito não é por nada diferente. A ponderância se faz necessária em cada fase de nossas vidas. A ponderância não é o motivo, não é também o caminho certeiro, mas pode ser ferramenta; Ferramenta essa que tenta trazer o equilíbrio ao conturbado, luz ao que é apenas cinza., certeza ao que vive em dúvida,  dúvida ao que acredita em certeza absoluta e sua existência. 
Procuramos pela felicidade e tentamos acreditar sempre que ela exista, criamos um ideal, lutamos por um ideal que muitas vezes é copiado de outro, por outras vezes nem exista ou nem possa existir.  Não existimos em verdade, e não conhecemos o que queremos. Por não saber o que queremos lançamos palavras ditas, só ditas, ou escritas. Compramos um modelo pronto e esquecemos de certificar que o modelo caiba no nosso conceito de felicidade. 
Buscamos um conceito pronto do que é felicidade, e nos esquecemos de que talvez esse nem exista. Ou que seja formado por uma quantidade enorme de tipos de felicidade. Vivemos em busca, e não enxergamos o que nos faz bem nas pequenas coisas que nos cercam, ou nas grandes coisas que possam nos confortar, caso queiramos conforto, ou que nos coloque em euforia se assim for de nosso desejo.
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quinta-feira, 25 de janeiro de 2018

Ferrugens

E ficou um pedaço de caco de vidro cravado no meio do nada
Os anos vão se passando, e com ele a consciência oscila.
Temos por incerteza da meia idade, um emaranhado de confusões 
Em um momento, nos sentimos jovens, cheios de vontade. Olhares de Criança. 
Cinco minutos, ou cinco dias depois, nos sentimos velhos, cansados... 
É como o viajante que busca o seu destino, e no meio da viagem pensa se vale a pena.
Se o cansaço terá recompensa, e se a recompensa também será. 
Para o homem, vê a lenta tartaruga que passo a passo, procura seu caminho, e se admira com o ritmo.
Vê na criatura paciência, determinação e vê paz.
Corre o homem por ver os lobos, por sentir-se acuado, desespera. Se corre, se perde em meio ao cansaço.
Já não pode usar a velha desculpa, de ser menino, e se agoniza, por ainda se sentir menino. Vê que a fase tida como adolescência, foi se embora, e com ela tenha levado farelos da infância, que ainda fazia companhia. E se sobrou farelos? Cristaliza e eterniza. 
Agora, o que não lhe resta é o gosto de ter vivido, e de não ter se arrependido; e se arrependeu, esquece; e se não se esquece: tolera; e se não tolera aceita e procura viver. Procura ser paz, e ter paz.
Jorra certezas, e também dúvidas. E entra em prosa consigo, vê no tempo os primeiros fios sem vida, e vê na vida,  o roteiro desmoronado. Pega o roteiro, e rasga, e volta desde o início do que tem por trazer serenidade. Deixa de ser feroz, pela convicta missão de mostrar a importância do sentir de si, e não o sentir do outro. 
E se sabemos que nossos conflitos são pedaços de latas enferrujadas de nosso passado, sabemos que não podemos deixar novos pedaços de latas enferrujarem para estragar nosso futuro. E se procuramos o produto ideal para tirar a ferrugem, talvez fosse mais eficaz não deixar que ela tomasse conta de parte do que somos, e do que seremos.  
E se devagar descobrimos nossos dilemas, vivemos em função deles. E se vivemos em função deles, não vivemos, apenas acordamos, pensamos, sofremos e dormirmos. Mas se temos o impacto, e encaramos de frente o que nos atordoa, analisaremos o que nos é possível superar, e buscaremos isolar o que não podemos enfrentar. Seremos plenos, ou pelo menos tentaremos por aquilo que nos é realmente possível enfrentar. 
E buscamos motivação constante, justificamos a inação pelo receio da euforia e procuramos estar em paz para não acordar nossos monstros, e se não temos monstros inventamos para que possamos permanecer quietos. As vezes a quietude nos conforta. Mas o conforto é falso, e o falso não pode ser eterno. Quanto mais nos afastamos em consciência, mas nos aproximamos do receio. 
E se temos por objetivo, a alegria plena, de uma lugar bonito, perfeito e sem buracos, acabamos por comprar um pacote completo de frustração. E o pacote tem início imediato, pois se buscamos a perfeição encontramos defeitos a todo momento. Mas se aceitamos os defeitos começamos a percebem os indícios das qualidades. Filtramos o que nos é fundamental, absorvemos o que não nos causa ferrugem, e ignoramos o que nos coloca em inconstância, pelo menos é o que deveria acontecer para nos encontrarmos, lá na frente em um local cheio de problemas mas também de soluções. 
Não deve existir fórmulas perfeitas para que o padrão de felicidade fosse encontrado, pois geraria a monotonia, e a monotonia é o parente mais próximo da agonia e da desmotivação. E não devemos procurar fórmulas inexistentes, ou padrões a serem seguidos. A cada dia, torno mais real em mim, a ideia de que o se conhecer é perigoso. E algo que nos faz viver sonhos e pesadelos. Porém é a única maneira de delimitar um percurso a ser seguido, de procurar fontes condizentes com o que precisamos acreditar. Se pudermos acreditar, e se conseguirmos.
E no meio do percurso, apercebe-se que este parece inexistente, e que cada dia é um novo percurso, as vezes laborativo, as vezes gracioso, mas ainda assim, um percurso. 
É como se cada dia fosse uma nova oportunidade de corrigir falhas, ou de esquece-las. Ou de tentar fazer com que elas não sejam só falhas, mas oportunidades de se conhecer, e de usar a borracha e o lápis, e riscar o que foi escrito a caneta. É o estar repleto ou buscar a receita que não existe, mas na esperança de encontra-la, tropeçar em vários temperos que fazem do mistério e da incerteza um ambiente de consciência complementado com um pouco de luz. 

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