terça-feira, 13 de fevereiro de 2018

Uma tal felicidade...

E não se pode entender os símbolos se não existe disposição para destrinchar os sinais que nos são colocados em cada instante de nossa existência. No despertar de cada manha, ao abrirmos vagarosamente nossos olhos, temos pois, uma nova oportunidade de seguir em frente.
Por meio de exigências internas e externas lapidamos o que temos como estágio bruto de nós e por vezes deixamos transparecer um pouco do que temos por verdade de nós mesmos. 
Verdades portanto são colocadas a prova, seja tal de sentimentos ou mesmo de estar perante os demais. Tentamos compreender o alvo pelo qual lutamos,  para tal, nos vemos obrigados a traçar um caminho. Caminho este, que não consegue ser um símbolo perfeito do que deverá ser alcançado. O caminho nos faz tentar, as tentativas tornam-se possibilidade de encontrar algum sentido.
O que se traz de cada dificuldade pode ser também justificativa do júbilo, como se este para ser o que é e o que representa precisasse de uma justificativa. O individual, mutável, único ou ate compartilhado sentido de felicidade nos cerca, mas não nos pode prender. É e pode ser o simples de cada momento, reflete também do complicado, planejado, pensado por dias, meses ou até anos. 
Não parece possível traduzir em termos o que se tem da palavra felicidade, talvez nem seja preciso ou necessário. Arrisco-me a dizer ou opinar que a felicidade é em primeiro lugar o auto se entender. É estar diante das águas, e conhece-las pela claridade. É ver a transparência e possibilitar a percepção dos filtros.
Não se deve prender o homem pelo que o outro dele pensa,  pois aquele também se prende pelo que internaliza de si. Assim enlouquecemos pelas visões conturbadas, vexamos pelas palavras ditar e não ditas, pela ação e pela inação. 
Não enlouquece a pessoa por procurar o que é felicidade do dia para a noite. Não se enlouquece de um minuto para outro pelos conflitos. Se esquiva dos problemas, perde pois a razão. Se vive em função deles o efeito não é por nada diferente. A ponderância se faz necessária em cada fase de nossas vidas. A ponderância não é o motivo, não é também o caminho certeiro, mas pode ser ferramenta; Ferramenta essa que tenta trazer o equilíbrio ao conturbado, luz ao que é apenas cinza., certeza ao que vive em dúvida,  dúvida ao que acredita em certeza absoluta e sua existência. 
Procuramos pela felicidade e tentamos acreditar sempre que ela exista, criamos um ideal, lutamos por um ideal que muitas vezes é copiado de outro, por outras vezes nem exista ou nem possa existir.  Não existimos em verdade, e não conhecemos o que queremos. Por não saber o que queremos lançamos palavras ditas, só ditas, ou escritas. Compramos um modelo pronto e esquecemos de certificar que o modelo caiba no nosso conceito de felicidade. 
Buscamos um conceito pronto do que é felicidade, e nos esquecemos de que talvez esse nem exista. Ou que seja formado por uma quantidade enorme de tipos de felicidade. Vivemos em busca, e não enxergamos o que nos faz bem nas pequenas coisas que nos cercam, ou nas grandes coisas que possam nos confortar, caso queiramos conforto, ou que nos coloque em euforia se assim for de nosso desejo.
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