Se existisse um pedaço de riqueza
E se o pedaço findasse real
O mais incrédulo se tornaria patrono
E faria do pedaço ideal
Se a fraude versasse em lucro
E se o lucro prestasse ao gatuno
Lá se ia correr contra o vento
E chegar a primeiro ao seu turno
Pois de esperto se faz o peralta
E certeiro se tem no conclave
Não desconfia do cortês mais chegado
E se amarra em seus próprios percalços
Compra sua própria sentença
E eleva seu ego inflado
Se cerca de um poço de nada
Afoga-se em seu próprio vazado
E de tão incompleto que se torna
Lacrimeja em vacilos constantes
Pois não vê a beleza da calma
E se orgulha por se ver inflamante
É o pedaço da alma que rasga
E o resto da paz que se apaga
E a incerteza que toma o complexo
É a baixa que leva do nada
Mais um dia seus cosmos se voltam
Seus minutos serão só
minutos
As moedas serão só moedas
E o pedaço terá se perdido
Um dia o completo se fará de metade
E o conclave talvez seja deflagrado
Verás então que não há comunhão
E que o interesse se faz individualizado
Cada um correrá por seu mundo
E cada qual terá seu além
Cada pedaço terá seu partido
E arriscar-se, não irá por ninguém.
Neste tempo será apenas esquecido
Verá seus golpes tornar-se falhos
Suas peças gerarão só
tormentos
E que os tormentos por fim serão iniciados
Que da lembrança que vem da injustiça
Viu o respingo e se achou esperto
Não pode ser
eternizado
Pelo pedaço que não será glorificado.