quarta-feira, 1 de maio de 2019

Perde-se


Protege seu próprio templo
E faça dele sua escultura
Entoe seu cantar mais belo
E ouça sua própria loucura

Aquele que se vê intrépido
Que por pouco se amaldiçoa
Que por nada se envaidece
Deixa os traços de ser pessoa

Desconhecendo a perfeição
Pela pura ineficiência
Procura em seu próprio lume
O prospecto da inocência

Por desleixo ou por descuido
Pelo contrário do que se assemelha
Deixa nua sua própria vida
E se perde em suas beiras

E se nota seu belo anseio
Percebe-se seu melhor dizer
E se pode crescer lá fora
Deixa os cofres por assim crer

E não há cousa no mundo
Ou na face de um vintém
Para que recorra aos seus pedidos
Tenha fazer mal a alguém

Pois seus crimes são só plumas
E seus pecados são tostões
Suas falhas são como gotas
Seus entulhos só questões

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